A cidade de Cracóvia respira o catolicismo, seja pela veneração ao papa JP II, seja pelo respeito que os poloneses tem pela religião que manteve, clandestinamente, a cultura e lingua deste povo, quando sob o domínio de outras nações. Até a IGM, a Polônia simplesmente não existia no mapa, e vivia dominada pelos alemães, russos e austríacos. Entre 1865 e 1918 não se podia, em absoluto, falar polonês e nem cultivar sua cultura. E foi aí que a Igreja Católica teve papel crucial, promovendo aulas de polonês para as crianças, aulas de tradições e cultura, tudo de forma muito clandestina, para que não se apagasse das memórias o sentimento de comunidade polonesa.
Mas foi na IIGM que a Polônia vivenciou a maior destruição de sua história. Esta guerra não só começou como terminou aqui, deixando um país completamente devastado e que hoje ainda mantém o simbolo mais terrível deste episódio mundial: os campos de concentração de Auschwitz-Birkenau.
A Alemanha de Hitler, para dar continuidade aos intentos expansionistas, invade a Polônia em 1.o de setembro de 1939, chegando, através da estratégia Blitzkrieg em 7 dias a Varsóvia, com um exercito infinitamente mais poderoso do que o polaco. A resistência polonesa tentou bravamente combater ao ataque, mas foi completamente anulada. O campo de concentração de Auschwitz foi primeiramente previsto para receber os intelectuais e a resistência poloneses (que nao haviam sido assassinados) que poderiam atrapalhar a marcha alemã.
Além da invasão alemã, a Rússia foi outra nação que tomou conta do territorio polaco. Apesar do pacto Molotov-Ribbentrop, de nao agressao, assinado por Hitler e Stalin, o verdadeiro acordo entre os dois paises era a cisão da Polônia em duas partes, cada uma ficando com uma parte.
Apunhalada duplamente, a Polônia não teve chances ao ataque, restando, ao final de 1945, um país desmantelado, destruído e com um saldo de 6 milhões de mortos, entre judeus e católicos, civis e militares. A capital, Varsóvia, foi completamente devastada, o que, felizmente, nao ocorreu com a antiga capital, Cracóvia. O objetivo alemao na Polônia era claro: não eram somente os judeus que deveriam ser exterminados, mas toda a nação. Era fundamental para a conquista do país que a sua identidade fosse apagada.
Em 1945, com a retirada dos alemães da Polônia, começa o domínio stalinista, que perdurou por mais de 40 anos. Neste período a capital Varsóvia foi totalmente reconstruida, com trabalho voluntário de seu próprio povo, contando com o quase inexistente auxilio dos países do Pacto que leva o seu nome.
Enfim, depois de anos de domínio, guerras, destruição, perseguição, etc. etc., a Polônia torna-se nação independente, e abandona o regime comunista com a queda da URSS. Adotou a economia de mercado na década de 1990, tornando-se membro da OTAN em 1999 e da UE em 2004.
O sentimento de orgulho deste povo é notável, assim como a mágoa que eles possuem das nações opressoras. Vivenciar a historia polaca é adquirir respeito por este povo que lutou de todas as formas para conseguir manter viva a sua força nacional.
Hoje o dia foi de aula de história mesmo, um dos mais interessantes e impressionantes da viagem. Não fomos a visita de Auschwitz, pois o ritmo era violento e meus velhinhos não estão preparados para 6km de caminhada...! Ano passado estive por lá e realmente foi uma das experiências mais assustadoras e intensas que já vivenciei. Talvez este seja o lugar mais terrível que devemos visitar ao menos uma vez na vida.
Ficam aí as fotos!