domingo, 13 de julho de 2008

Dia 25 - Sofia - Plovdiv

Pela manha fizemos uma visita a Sofia e suas igrejas ortodoxas. Confesso que muito pouco conhecia desta vertente do cristianismo, seus icones, rituais e templos. Primeiro, apesar de achar interessante a idéia de Jesus Cristo estar sempre representado vivo, e Maria não ser considerada virgem, acho as imagens e santos bizantinos muito mal encarados. São carrancudos, obscuros e do tipo de poucos amigos. As imagens sao sempre bidimensionais e estranho tambem é o constume das pessoas beijarem as imagens dos santos nas igrejas.

Dentro da igreja, o rito se assiste de pé. Os assentos sao destinados aos velhinhos que nao podem aguentar as duas horas de missa. O padre, antes de iniciar a missa, benze os fieis com incenso e pede permissao ao padroeiro ou santo da igreja para dar inicio. A leitura da biblia é feita, geralmente, de forma cantada e por isto é requisito para o padre ortodoxo possuir uma boa voz.

Fomos a Catedral de Sofia, que possui um coro bastante famoso, que nao interpreta somente canticos religiosos, mas tambem musica classica. A igreja é uma beleza, um com visual muito clean em seu interior, lustres e belos afrescos. Como era domingo, havia uma missa e o coro estava entoando passagens biblicas. A acustica da catedral é fenomenal, e o coro cantando foi de arrepiar.

Visitamos tambem a parte administrativa de Sofia, o palacio da presidencia, palacio de Belas Artes, e uma feirinha ao ar livre, onde havia artesanato bulgaro, mercado de pulgas, quadros e antiguidades.

Deixamos Sofia para irmos a Plovdiv, a segunda maior cidade búlgara. A Bulgária é conhecida como o pais das rosas, que sao cultivadas no Vale das Rosas, onde há um microclima unico para o cultivo de rosas, as quais em nenhum outro lugar do mundo puderam ser cultivadas. Para 2 toneladas de rosas se extrai 1 litro de azeite, que é matéria prima de perfumes da Chanel, Dior, Givenchy, etc, alem de cremes, leite, agua de rosas, e todos os tipos de cosmeticos feitos aqui.

Almoçamos em um restaurante a beira de um riacho, onde comemos truta e salada grega. Chegamos em Plovdiv pela tarde, e visitamos alguns locais onde existem ruinas romanas, já que a cidade foi dominada pelo imperio romano nos primeiros seculos depois de Cristo.

A cidade é realmente muito bonitinha, e mais turistica do que Sofia.

Amanha é dia de conhecer os tais dos otomanos, que não sao os caras mais queridos e bem falados das redondezas...

Dia 24 - Tessalônica - Sofia

Hoje atravessamos a fronteira búlgara a caminho de Sofia. A Bulgária faz parte da CE desde o ano passado, mas ainda adota sua moeda, o Lev (que significa Leão, em búlgaro antigo) A língua búlgara é escrita com o alfabeto cirílico. Se o grego parecia grego, búlgaro é assim....grego elevado a décima potencia. Uns sinais que nunca, jamais vi na vida! Ao menos a matematica me ajudava a entender o grego. Mas o bulgaro...chega a dar calafrios!



Enfim...passamos pela fronteira pela manha, onde tivemos que apresentar os passaportes, e trocamos alguns euros por levas. Logo de cara deu pra sentir a diferença do ambiente. Primeiro, pela paisagem, menos arida e mais arborizada. Aqui já não se vêem mais os quilometros infindáveis de oliveiras como na Grécia (que possui o melhor oleo de oliva do mundo, com a maior quantidade de variedades de olivas), mas sim uma vegetacao mais verde, mais arvores. Depois, já se nota ser o país um dos mais pobres da Europa, com rodovias muito mais simples e precárias.



A Bulgária foi um dos paises que mais sofreu com o fim do socialismo e da URSS. Antes do fim do regime, o pais recebia muita ajuda da Uniao Soviética e hoje o país possui uma das mais carentes economias européias.



Depois da fronteira, viajamos entre as montanhas (o pais possui 60% do seu territorio ocupado por montanhas) para um vilarejinho onde existem montanhas de areia, e é considerado patrimonio da UNESCO. Neste vilarejo, e em toda a regiao, os bulgaros cultivam parreiras em seus quintais e fazem vinhos caseiros em suas proprias adegas. Todas as casinhas, que sao muito pitorescas, possuem suas proprias bodegas.



Depois do almoço fomos visitar o Mosteiro de Rila, em homenagem a São Ivan, que foi o monge que fundou o mosteiro. É o maior mosteiro da regiao dos Balcãs, com sua enorme Igreja Ortodoxa toda decorada por afrescos. O lugar, encravado nas montanhas, estava cheio de turistas e fieis, e é lá que está enterrado o coração do ultimo rei búlgaro, Boris III. Este rei, de origem alema, impediu que a Bulgaria, sabido pais pobre, participasse da IIGM. Hitler, conhecedor das raizes de Boris III, o pressionava para a entrada do pais na guerra, e, nos seus intentos, convidou o rei para um almoço a sos.



Poucos dias depois de tal almoço, o rei veio a falecer. Seu corpo foi exumado decadas depois, quando se descobriu que a morte havia sido por envenenamento. A seu pedido, a familia, que foi morar na Espanha depois de sua morte, enterrou seu coração no mosteiro de Rila.



Chegamos a Sofia pela tardinha, e pudemos ver a sua cara de cidade se reerguendo apos mais de 40 anos de dominio comunista. Suas construções sao antigas, mal conservadas e burocraticas. Os apartamentos nao possuem garagem e os moradores param os carros nas ruas e calçadas. Em contraste vemos novos predios serem construidos, shoppings e industrias que vem se implantando no local, atraidas pela

Dia 23 - Atenas - Paralia - Tessalônica


Hora de nos despedirmos de Atenas e rumar para Tessalônica, segunda maior cidade da Grécia. Tessalônica, (ou Thessaloniki, para os gregos), quer dizer vitoria de Tessália, região onde se localiza a cidade. A cidade esteve sob o dominio dos imperios bizantino e otomano, e tornou-se parte da Grécia em 1913, depois da Guerra dos Balcãs.

Antes de chegarmos, passamos por uma cidade litorânia, Paralia, que se localiza aos pés do Monte Olimpo, a morada dos Deuses gregos. É a maior montanha da Grécia, mas nada de muito monumental, menos de 3 mil metros de altura. O local serviu para a lenda grega pois o cume do monte sempre está em penumbra, obscuro e pouco visivel. Como não se podia ver o pico do Olimpo, deveria ser ali a casa dos deuses, segundo o povo grego.





Chegamos a tardinha em Tessalônica, cidade muito bonita e jovem, cheia de lojas elegantes, ruas arborizadas, e uma orla repleta de cafés chiques e gente bonita e bem vestida. A cidade foi destruida duas vezes por grandes terremotos, um no começo do século passado, quando 70 mil pessoas ficaram desabrigadas, e outro no final da década de 80. A Grécia se localiza em um local de encontro de placas tectonicas, por isso, tanto Atenas como Tessalônica não possuem edificios altos. Passeamos pelo centro, passando pela beira mar, onde existe um grande porto, algumas fortificações e uma torre chamada Torre Branca, que foi construida na Idade Média, onde fazia parte das muralhas que cercavam a cidade, servindo, inclusive, como prisão. Nunca havia ouvido falar desta cidade, que me surpreendeu muito, e recomendo a visita algum dia na vida!

Amanhã partimos para Bulgária.


Dia 22 - Atenas - Poros - Hydra - Aegina







Hoje fizemos um pequeno cruzeiro pelas ilhas sarônicas, as mais proximas de Atenas, no mar Egeu. O tempo colaborou, com muito sol, ceu azul e um calor moderado.

O passeio durou das 8h30 da manhã às 20h da tarde. Primeiro visitamos Poros, uma ilha um tanto rustica e bem turistica, com muitas lojas de souvenirs gregos e restaurantes.

A segunda ilha, Hydra, foi a mais bela. Uma agua de cor inexplicavel, mesclando um azul marinho, com azul piscina e azul turquesa. Lindo mesmo. Uma ilha mais elegante, com casinhas de pedra em cima dos morros, alguns iates, muitos restaurantes agradaveis, lojas de roupas e de bugiganguinhas. O interessante dessa ilha eram os burrinhos que serviam como taxi para subir nas partes mais altas, que eram repletas de casinhas dos locais. Ali tambem havia um local para mergulho, com inumeros peixinhos nadando na agua cristalina. Até uma escada de piscina tinha instalada na pedra para subir apos o mergulho. Demais!

Após a visita de Hydra almoçamos no barco, com um show de dança e musica gregas, animadissimo!

A ultima parada foi em Aegina, a maior das ilhas sarônicas. Lá pudemos ir a um balneario, onde salguei-me no Egeu! Agua otima, em um mar calmo, limpido e quente.

A volta foi muito boa, com o sol mais ameno, muita brisa e visual de emocionar.

Espetacular.














quarta-feira, 9 de julho de 2008

Dia 21 - Kalambaca - Meteora - Atenas



Kalambaca foi uma cidadezinha que me surpreendeu. É um ovinho, mas muito simpatica, convidativa, cheia de vida. O visual foi realmente um espetáculo a parte, as formacoes geologicas do local eram antigos fundos de um lago na era glacial, que lapidou de maneira muito interessante as rochas.

E para estas rochas que fomos hoje. Subimos 1700 metros para conhecer um mosteiro que funciona em cima de uma das montanhas de rochas. Apesar de hoje possuir uma estrada, tudo sobe para lá por um pequeno funicular. Mas já foi bem diferente. Antigamente os monges (que sao de ordem bizantina, e se nao seguirem carreira podem se casar e ter filhos) subiam em redes, na posicao fetal, puxados por uma roldana movida por outros monges. E nas primeiras peregrinacoes de monges para o local, as condicoes de vida eram ainda mais assustadoras. As rochas possuem umas crateras em suas superficie, quase como uma topografia lunar, mas nas paredes das montanhas. Os monges se metiam nesses buracos e ali viviam do que encontravam para comer.

A Grécia é oficialmente ortodoxa, e suas igrejas recebem ajuda de custo do Estado. O interessante desta religiao sao as imagens veneradas. Cristo nunca está na cruz, pois ele ressuscutou, e não faz sentido, para eles, a imagem dele crucificado. Maria sempre está abaixo de Jesus nas imagens, pois eles a consideram inferior a ele. Alem disso, na igreja ortodoxa Maria não é Virgem, pois para eles é impossivel conciliar maternidade/virgindade. Bem lógico, não?

No mosteiro o visual era maravilhoso. Verde por todos os lados e aquelas montanhas de rochas, parecia filme de ficção. Saimos do mosteiro e rumamos em direção a Atenas. Em poucas horas alcançamos a costa e o mar Egeu, passando pela ilha Eubéia e por Termópilas, que foi palco de uma importante batalha grega.

A batalha de Termópilas ocorreu durante as Guerras Médicas, mais de 400 anos a. C. A Grécia estava sendo derrotada pelos Persas quando Leonidas reune 300 dos melhores guerreiros espartanos para fazer frente com os milhares de persas comandados por Xerxes. É, isso mesmo...aquele filme. Então, segundo nosso guia, foi naquele periodo que se desenvolveu a estratégia militar, pois foi em Termópilas, exatamente no local onde passamos hoje, que Leonidas organizou seu exercito em uma fenda para surpreender os persas e ganhar a batalha.

Outra historia interessante é a da tentativa do Rei Dario I, da Persia, pai de Xerxes, que foi expulso da Grécia, no séc. V a. C., na batalha de Maratona. Esta batalha inaugura a época de ouro de Péricles. Quando os gregos derrotaram os persas, um de seus soldados, Filipo (filos, amigo; ipo, cavalo) correu 40,6km para avisar aos atenienses, que fugiam para a ilha da Salamina crentes da vitoria persa, que a Grécia havia ganho a batalha. Chegando em Atenas, Filipo morre. E em 1896, com o inicio da nova era das Olimpíadas, batiza-se de maratona a corrida olimpica de 40,6km. Em 1932, nos jogos olimpicos da Inglaterra, a pedido da rainha, que queria que a corrida passasse em frente ao palacio real, foram acrescidos mais 2km à maratona, chegando aos 42,6km hj conhecidos. Atenas é uma cidade de aparencia muito nova e moderna. Dos temos antigos, restam apenas poucas colunas e a Acrópole. Aqui há pouquissimos predios altos, pois a cidade sofre de constantes abalos sismicos. De cima da Acrópole, vê-se toda a cidade e suas colinas, e o mar Egeu. A vista é maravilhosa....a visita a Atenas só faz sentido depois que vc sobe até lá. É triste de ver que o patrimonio grego ali foi inumeras vezes pilhado e é explorado hoje por outros paises, sendo que as mais belas estatuas que ornamentavam o Parthenon hoje estão no Museu Britanico e algumas no Louvre, alem de outros museus do mundo.

Mas o Parthenon se impoe por si, e estar ali, rodeado por Atenas e toda a nossa imaginacao, é uma experiencia inenarravel. Mais impressionante do que isto foi somente o calor de hoje. Tivemos 45 graus em Atenas. Agora faz 30, e estamos pra lá da meia-noite.

Amanhã faremos um cruzeiro de um dia pelas ilhas Sarônicas: Egina, Poros e Hydra, que sao as mais proximas de Atenas.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Dia 20 - Igoumenitsa - Ioannina - Kalambaca





Tomamos café no navio e desembarcamos às 9h30, em Igoumenitsa, no mar Jônico, em direção à Ioannina (Ιωάννινα, em grego) capital da região de Épiro. Ioannina é uma cidadezinha que fica na beira do lago Pamvotis, e fica bem ao norte da Grécia. Segundo Aníbal, esta é a cidade natal dos pais de Maria Callas (de sobrenome original Kalogheropoulos) e Jeniffer Aniston (nome de nascimento Jennifer Anastassakis).

Grécia foi o nome dado pelos romanos para a populacao e regiao helênica. Na verdade, aqui o país é conhecido como Hellas. Tem mais ou menos o tamanho continental do estado de Santa Catarina (100 mil metros quadrados), mas seu território aumenta 22% somando seu arquipélago. Possui mais de 3 mil ilhas e ilhotas, sendo que somente 600 delas são habitadas.

Por ser geograficamente tão recortado, o país possui mais de 15 mil km de costa (quase o dobro do Brasil) e, por isso, a Grécia vive hoje, basicamente de turismo. A estimativa para esse ano é receber 16 milhões de turistas. Não é um pais rico, mas sua população possui uma razoavel homogeneidade economica. Quase a totalidade de sua energia é importada (da Macedônia) e a utilização de energia solar é muito comum. A energia eólica começou a ser explorada, mas ainda é inexpressiva, devido ao alto custo desta tecnologia.

Tem como típicos o oléo de oliva (terceiro produtor mundial, atras de Espanha e Itália), as uvas passas (primeiro produtor mundial), o algodao (10.o produtor mundial). As embarcações gregas também são expressivas na economia, importadas para varios lugares do mundo.

Hoje passamos pelos Bálcas, que cortam o a peninsula em duas partes. Épiro foi uma regia anexada à Grecia somente em 1913, depois da Guerra dos Bálcas, que foi precursora da IGM. Como a região tinha sido dominada pela Bulgária, a cultura aqui era de origem eslava. E por isto foi criado na regiao um Centro de Helenização para difundir a cultura grega. Este centro, hoje, é uma importante universidade do país.

Em Ioannina, fomos almoçar em uma ilhazinha do lago Pamvotis, encantadora. A ilha parecia um povoadinho daqueles de filme, não com as casinhas brancas como as de Santorini, mas um vilarejinho limpissimo, cheio de pessoas simpaticas, com casinhas floridas, pequenas praças, e uma vista maravilhosa.

Os problemas continuam sendo dois: o calor (a previsao é para mais de 40 graus nos proximos dias) e a comunicação. Nesta ilha, ninguem falava ingles, ou uma lingua latina. Eram os malditos omegas, sigmas, lambdas novamente. É brincar de adivinhação! Ainda bem que nosso querido gua Aníbal fala um grego e nos quebra um galho.

Passamos por varias lojinhas onde experimentamos produtos tipicos, doces muito gostosos e um licorzinho vermelho otimo. Almoçamos um prato típico: salada grega (tomate, pepino, cebola, azeitonas, queijo de cabra e muito tempero de ervas e oleo de oliva), truta e batatas. Diliça!

Depois da pança cheia, voltamos a nossa peregrinação e seguimos para Kalambaca. Seguindo nosso guia, essa palavra quer dizer "cara de monge", devido a uma formacao rochosa na cidade (Meteora) onde se pode ver as feições de um monge, além de abrigar um monastério no alto de suas rochas.

O caminho foi tao bonito quanto amedrontador. Subimos os bálcãs até 1800m, por estradinhas muuuito estreitas e sem parapeito, mas os paisagens eram lindissimas. Dizem que a regiao é muito fria no invero, e neva muito, até ursos pardos vivem lá. Mas só acredito vendo...

Chegamos em Kalambaca às 18h30. A cidade é minuscula, turistica, com apenas 8 mil habs. Mas dando uma olhada no local se entende o porquê. Kalambaca fica num vale rodeado de formações rochosas maravilhosas, linda mesmo. A cidade é cheia de barzinhos, gente na rua, super agitada.

Tivemos uma janta no hotel, muito boa! Amanhã o rumo a Atenas.

Dia 19 - Roma - Loreto - Ancona




Dia de tomar rumo novamente, deixar a Itália e seguir para a peninsula balcânica. Roma foi bastante interessante, ainda mais com os amigos do staff do hotel que fiz, super gentis e atenciosos. Antonio, o concierge carequinha, foi o mais divertido, me fazendo varias perguntas estranhas sobre o povo e cultura brasileiros. Enquanto eu ficava ali no hall com meu lépitópi, eis que sempre surgia Antonio, com perguntas curiosas, e uma coca cola ou uma água pra me servir! :D

Enfim, saímos de Roma de manhã e por volta das 11h chegamos em Loreto, uma cidadezinha medieval bem típica da regiao de Marche, centro do Itália. Esta cidade fica bem próxima de Castelraimondo, onde fiz o curso ano passado, e tem as mesmas caracteristicas. Ruas estreitas, uma grande praça no meio, onde fica a igreja, um muro cercando o centro historico. Mas o mais encantador desta cidade era a vista que tinhamos para o mar Adriático. Loreto fica em uma colina alta, pois as cidades medievais eram construidas longe do mar, ao menos uns 10km. Dali podemos ver uns 200 graus de mar, sem obstaculos, uma paisagem realmente maravilhosa.

O caminho até Loreto foi muito bonito. Cruzamos novamente os Apeninos para chegar na costa leste da peninsula itálica, do lado do mar Adriático. As cidades que margeiam a costa são todas muito novas, pois as cidadezinhas medievais se encontram do outro lado da rodovia.

O nosso novo guia, Aníbal, é uma comédia. Careca desses tipo Pinduca, veste-se como um típico italiano (calças e camisas coladissimas, com muitos adereços) - mas odeia a Itália e o Berlusconi - , mora em Madri, fala espanhol, italiano, grego, e um portugues muiiito malandro (vocêis num pricisa ixquentá cabeça cum grana pessual!). Super brabão, mas muito eficiente. Adorei.

Enfim....como dica do Anibal, compramos uma garrafa de vinho em Loreto (pra felicidade do meu pai) pra tomar no navio ("uma bobadjinha prá currtirr nu naviu"). Um rosso piceno, que é um vinho regional, encorpado, um pouco acido, mas bem saboroso. Lembra os espanhóis tempranillos. Saímos de Loreto e partimos para Ancona, que é uma cidadezinha portuária nao muito bonita, nada para se fazer por ali.

Chegando em Ancona, seguimos para o navio que nos levaria a Igoumenitsa, na Grécia. Confesso que esperava um catamarã, uma jangada, ou uma daquelas balsas que atravessam o rio Amazonas cheia de redes penduradas. Boa surpresa. O navio era novo, muito bonito, com varios andares, bares, lojas, restaurantes, cinema, piscina. lounge. Realmente ótimo para o proposito. Claro que não ficamos numa cabine com vista para o mar nem nada, mas a viagem foi excelente.

Entrando no navio, estavamos em jurisdicao grega. Já de cara, os tiozinhos que nos recepcionavam tinham aquela tipica cara de grego. Isso é realmente uma coisa curiosa...todo grego tem cara de grego...aquela cara de Toni Ramos. Aí, no mais, descobri a razao das minhas aulas de matematica. Cada linha do cardapio era uma equacao! Um tal de sigma-pi-lambda-teta...agora me arrependo de nao ter prestado atenção nas aulas da sétima série do Prof. Leodir.

Na Grécia, estamos uma hora adiantados. Então, entramos as cinco no navio e automaticamente passamos para as seis horas. A viagem duraria até as 9 horas do dia seguinte, com desembarque no primeiro porto, em Igoumenitsa.

No navio, achei que fosse passar uma longa noite explorando o local. Mais ainda, achei que veria o nascer do sol, ou o por do sol, que deve realmente ter sido fantastico. Mas que nada...depois do jantar encostei a cabeça no travesseiro pra dar uma sonequinha e só acordei às sete da manha do dia seguinte.

Antes de aportar, passamos pela costa da Albania. A Albania é um pais muçulmano e, por conta disto, muitos deles estavam a bordo do navio. Assim...40 graus e as menininhas, desde muito cedo, cobertas da cabeça aos pés. Viver assim é um crime.